terça-feira, 31 de maio de 2011

AUTO-AVALIAÇÃO E REFLEXÃO DO MÓDULO

Este módulo é o último deste ano, mas foi o mais cansativo e dificil de todos ao longo deste ano. A professora teve a ideia de juntar a matéria em dois testes, mas por alguns motivos, não foi possivel isso acontecer. E foi esta a razão por este módulo ter sido o mais dificil, a matéria era muito extensa. Quanto ao blog, penso que está organiza, so confundi o tema de um trabalho e fiz a publicação errada, devido a estas razões penso que mereço um 13 no portefólio. A nível de PIAV acho que mereço um 14, porque tentei melhorar o comportamento e quanto á participação na sala de aula tive melhor, penso eu. No final desta reflexão penso que neste módulo devo ter um 7.

terça-feira, 17 de maio de 2011

ARTE MUDÉJAR




A Arte Medieval - Arte Mudéjar


conquista definitiva de Granada pelos Reis Católicos, em 1492, acabou na expulsão da dinastia dos nazaris e no fim da mesma. Ainda assim, a tradição artística árabe perdurou e desenvolveu-se a arte mudéjar. Este termo foi usado pela primeira vez por José Amador de los Rios em "El Estilo Mudéjar en Arquitectura", de 1859, que aproveitou a palavra árabe mudayyanque significa "aquele a quem foi permitido ficar", pois efectivamente foi o que aconteceu - após a Reconquista, os Reis Cristãos permitiram a permanência da população moura, estipulando-lhe um estatuto específico, através do pagamento de um imposto, onde lhe era mantido o direito à língua e religião próprias.


- A arte mudéjar era praticada por artífices árabes e mouros em território cristão, sob encomenda cristã e em construções cristãs, mantendo contudo as características técnicas, formais e estéticas típicas da arte islâmica.
- Esta arte ou estilo reflecte profundamente as influências das condições históricas em que foi desenvolvida, marcadas pela convivência e influência entre povos judaicos, cristãos e islâmicos.
- Foi praticada sobretudo na Espanha pós-Reconquista pela abundante mão-de-obra moura e pelo seu peculiar sistema de trabalho que utilizava materiais mais baratos, acessíveis e de grande efeito ornamental.
- Na arquitectura mudéjar foram usados elementos estruturais tipicamente islâmicos como as torres-minaretes; os tectos com sistemas de armação em madeira, de tradição almóada; um fantástico trabalho de carpintaria; e composições formais e decorativas rítmicas.





- Desenvolveu-se um novo tipo de igreja de planta basilical com três naves separadas por arcadas em ferradura, apoiadas em colunas,  pilares ou pilares com colunas adossadas; torre sineira quadrada com estrutura de minarete e aberturas de vão duplo em arco de ferradura.



- A partir do séc. XIII, por influência do gótico e da arte almóada, as igrejas passam a ter naves mais altas separadas por arcos apontados sobre pilares, coberturas em madeira e torres divididas exteriormente em corpos sobrepostos.






terça-feira, 10 de maio de 2011

Escultura Gótica

Apesar de terem mantido muitos aspectos que caracterizaram a escultura românica, como, por exemplo, a continuidade de uma relação de grande cumplicidade com a arquitetura, os artistas dos sécs. XIII e XIV alargaram o seu repertório temático, utilizaram um maior número de suportes e receberam da parte dos enco- mendadores uma atitude mais aberta em relação ao seu trabalho. Relativamente ao período anterior, registrou-se uma evolução, sobretudo, ao nível da composição, da expressividade, da monumentalidade das suas obras e da progres- siva aproximação ao real. Deste modo, a escultura gótica estabeleceu uma aproximação gradual à cultura humanística, assumindo um caráter mais naturalista na representação do rosto, do corpo humano ou da natureza, desenvolvendo novas capacidades expressivas e autonomizando-se em relação à arquitetura. Tendo conquistado o seu próprio espaço, a escultura atingiu uma concepção mais plástica, mais dinâmica e verdadeira. Uma das obras paradigmáticas desta renovação é a Morte da Virgem, do tímpano da Catedral de Estrasburgo. Aqui, a dificuldade de adaptação das figuras ao espaço arquitetônico, implicando em alguns casos a representação parcial das figuras, é compensada pela delicadeza com que os Apóstolos tocam o corpo da Virgem e pela emoção que se manifesta nos seus rostos. Também a forma como são tratados os cabelos e as pregas das roupas, evidenciando a anatomia dos corpos, é inovadora e faz-nos lembrar a arte clássica. Já a Anunciação e a Visitação esculpidas nas jambas do pórtico ocidental da Catedral de Reims libertaram-se da arquitetura para se converterem em esculturas de vulto redondo, firmemente apoiadas no solo, continuando um caminho iniciado em Chartres. Privilegiando uma aproximação ao mundo físico, as pregas da roupa deixam transparecer as anatomias que cobrem e, especialmente na Visitação, o escultor parece dominar completamente o modelo clássico.
Talvez a inovação mais significativa se relacione com a organização do portal do templo: as ombreiras, ou jambas, são substituídas por estátuas-coluna que se prolongam nas arquivoltas em torno do tímpano. A evolução dos temas e da iconografia, inspirada no Novo Testamento, continua sendo estabelecida por motivações de ordem religiosa - Cristo em Majestade, Juízo Final (com os Apóstolos distribuídos pelas ombreiras) e a Virgem em Majestade -, mas, de um modo geral, as figuras são humanizadas estabelecendo entre elas uma relação afetiva. A partir de meados do séc. XII, o santo patrono da igreja ocupa o tímpano numa mandorla e no centro de cenas da sua vida, ao qual se juntam todos os santos da diocese nas ombreiras, em estátuas-coluna. A escultura gótica caracterizou-se, sobretudo, pelo naturalismo das expressões e dos detalhes mais minuciosos e por uma representação mais próxima do real. Para além destas manifestações, surgem com grande impacto na produção escultórica as estátuas jacentes e os retratos funerários, o que se deveu fundamentalmente à proliferação de capelas privadas para albergar sepulcros de nobres, altos dignitários eclesiásticos e burgueses.




domingo, 1 de maio de 2011

A arte em Portugal: o gótico-manuelino e a afirmação das novas tendências renascentistas



O renascimento é um fenómeno contemporâneo dos Descobrimentos e desenvolveu-se em intima ligação com a empresa ultramarina nacional. Todavia, a arte renascentista só tardiamente chega a Portugal e, de início, apenas através de elementos decorativos associados às estruturas do gótico final. No nosso País, porém, este estilo desenvolveu características ornamentais próprias, definindo entre finais do século XV e inícios do século XVI, uma arte frequentemente denominada como manuelino ou gótico-manuelino.





O gótico Manuelino



A arquitectura do gótico-manuelino integra-se no modo típico de construção do gótico e desenvolve a tendência da arte final deste estilo para a descompartimentação e homogeneização dos espaços interiores. Esta característica explica a preferência típica do manuelino pelas igrejas-salão.


No campo decorativo, a representação da natureza expressa-se por ornamentações de carácter realista onde a demonstração vegetalista aparece frequentemente de forma exuberante, como se pode verificar nas obras mais importantes do manuelino: janela da Sala do Capitulo do convento de Cristo (c. 1510), em Tomar, Mosteiro dos Jerónimos, com especial destaque para o magnifico portal da igreja, arcada do claustro de D. Manuel no Mosteiro da Batalha ou ainda na Torre de Belém.


O exotismo que transparece na representação de animais, flora e seres humanos estranhos, no qual alguns pretenderam ver a especificidade bem portuguesa do manuelino, aparece episodicamente. O seu principal significado estará na procura do diferente e do novo, na pretensão nacionalista de se distinguir dos modelos estrangeiros, transportando para o espaço nacional elementos que faziam parte do quotidiano das viagens e dos encontros civilizacionais no Império Português. Por outro lado o facto de o gótico-manuelino se ter desenvolvido, quase sempre, sob a tutela da coroa explica a utilização de elementos decorativos associados ao objectivo da exaltação da monarquia de direito divino, como a esfera armilar, ou ainda o profundo sentido místico que emana das imagens sacras, em particular da Virgem, transformada por D. Manuel I numa espécie de símbolo régio.




sábado, 9 de abril de 2011

Escultura Gótica



A escultura gótica surge, numa primeira fase, intimamente associada à arquitetura das catedrais. No exterior do edifício são sobretudo as fachadas, principal e do transepto, nomeadamente os portais, os suportes para a implantação da escultura; à medida que se vão tornando mais complexas, também as empenas, rosáceas, tabernáculos dos arcobotantes e gárgulas das catedrais vão servir de suporte para a decoração das esculturas. Quanto à estrutura do portal, ele é constituído pelo tímpano, arquivoltas, mainel e ombreiras ou jambas, substituídas por estátuas-coluna. No interior o trabalho é bem mais reduzido, e é sobretudo a partir do século XIV que a catedral passa a albergar mobiliário com relevo em talha (cadeirais do coro), estatuária devocional, altares e arcas tumulares. No seu conjunto, a escultura gótica pode ser agrupada em quatro tipologias. Sendo a primeira as estátuas-coluna, aplicada nas ombreiras do portal conferindo uma dimensão vertical ao pórtico, mas que progressivamente se vai autonomi- zando em relação ao seu suporte arquitetônico. O segundo elemento é o relevo escultórico, sobretudo no tímpano do portal. O terceiro, considera-se a escultura de vulto redondo, em especial estatuária de devoção, resultante da evolução das estátuas-coluna. O quarto item da tipologia é a escultura funerária, ou seja, arcas tumulares e estátuas jacentes.
Os temas mais comuns, sobretudo na fachada (portal), são os seguintes: Cristo em Majestade, associado ao Tetramorfo; Juízo Final; Virgem em Majestade, Vida da Virgem e Nascimento de Cristo - um tema introduzido por influência da difusão do culto mariano desde os finais do século XII - Episódios da vida dos santos patronos da respectiva igreja - associados a estes temas começa a ser mais comum a existência de relevos escultóricos e estatuária de caráter profano. Se a estátua-coluna e o relevo têm uma relação de dependência com o respectivo suporte arquitetônico, a partir do século XIV torna-se muito abundante a escultura de vulto redondo, estatuária de devoção associada às práticas da piedade individual e destinada a capelas ou oratórios privados. É sobretudo constituída por imagens da Virgem (Virgem com o Menino, Senhora do Ó ou Santas Mães, Pietà), de santos e crucifixos, e executada em materiais diversos, como a pedra, madeira, marfim, bronze, ouro e alabastro. Em termos de linguagem plástica, e no conjunto de toda a produção escultórica, podem ser definidas três tendências principais: Idealismo (séculos XII-XIII), com figuras estilizadas e ausência de expressividade dos respectivos rostos (serenidade inexpressiva); hieratismo das estátuas-coluna: ausência de movimento, panejamentos rígidos acentuam a verticalidade, ausência de proporção anatômica;Naturalismo (2ª metade do século XIII a meados do XIV), em que a estatuária ganha vida e movimento, com ancas pronunciadas e silhuetas "em S" para evidenciar dinamismo, acentua-se a expressão do rosto e surgem detalhes mais minuciosos no tratamento de cabelos e barbas, conferindo um caráter mais humano às personagens divinas representadas; Realismo (2ª metade do século XIV e durante o século XV), época do triunfo da curva e contra-curva, ondulação excessiva, sobretudo no drapeamento, que acentua a expressividade das estátuas; preocupação absoluta de representação do real, que conduz à procura da verossimilhança no retrato; por influência da grande mortandade após 1348 e os progressos nos estudos anatômicos levam mesmo ao exagero de representar o corpo feito cadáver.


domingo, 20 de março de 2011

A PESTE NEGRA DA IDADE MEDIA

A PESTE NEGRA relacionada com a maior causa desta epidemia, A FALTA DE HIGIENE.

Na Idade Média, o banho, era considerado prejudicial se tomado em excesso. As pessoas geralmente tomavam apenas dois ou três banhos ao ano; e quase sempre por volta do mês de Maio ou Junho, quando começa a primavera na Europa e o clima já estava um pouquinho mais quente. Daí a origem do mês de Maio, ser o mês eleito para os casamentos, porque desta feita as noivas tomavam o banho no mês de Maio e o cheiro das partes intimas não era tão forte.  O uso do bouquet pela noiva também era utilizado para dissipar o mau odor da mesma. Quando era decidido que o banho seria tomado, quem tinha prioridade de usar a agua limpa, ou seja a primeira agua, era o chefe da família, e assim sucessivamente os banhos eram tomados, a começar pelo pai, mãe, filhos, e por último os bebés; quando então a agua já estava totalmente imunda. 
 O cheiro dos corpos, de suor e das partes intimas impregnavam todas as casas. As roupas eram lavadas também somente duas ou três vezes ao ano, devido a raridade das mesmas e o alto custo do sabão. Em consequência disto, cheiravam mal, eram imundas, e viviam cheias de pulgas, piolhos e insectos.  Os dentes não eram lavados, portanto a grande maioria já não os tinha na boca, e as pessoas que ainda os tinham, estavam apodrecidos e negros. Quando vemos em fotos antigas, lacaios a abanar as pessoas, não era pelo calor e sim pelo odor fétido que era exalado das bocas e das partes intimas;  portanto usavasse o abano para dissipar o mau cheiro. 
Nas áreas urbanas, o excrementos corporais e a água usada no banho eram atirados pela janela, o esgoto era a céu aberto o que obviamente propiciava a proliferação do mau cheiro e de doenças altamente contagiosas e infecciosas. As roupas de cama eram sujas, e as vezes dormiam numa mesma cama quatro ou seis pessoas. Devido a tanta falta de higiene e a muitas vezes manterem animais de grande porte dentro de casa, a proliferação dos ratos era também grande. A taxa de mortalidade infantil era grande, 1/3 das crianças morriam antes de completar um ano de idade. A saúde era tratada com desleixo, e quase sempre designavam a doença como um castigo divino. As doenças eram tratadas com infusões caseiras e por vezes tratamentos absurdamente exóticos, utilizando excrementos de animais, urina e outros tipos de unguentos. Devido a falta de higiene, não era de se estranhar que muitas pessoas morressem, e em meados do século XIV, uma peste devastou 1/3 da população europeia. Estamos a falar da Peste Negra, que era transmitidas aos humanos através da picada de pulgas de ratos doentes.  Estes ratos chegavam à Europa nos  navios vindos do Oriente entre os anos de 1346 e 1352. Como as cidades não tinham condições higiénicas adequadas, os ratos se espalharam facilmente. O lixo acumulava-se nas ruas. Rapidamente a população de ratos aumentou significativamente.
Estes ratos estavam contaminados com a bactéria Pasteurella Pestis. E as pulgas destes roedores transmitiam a bactéria aos homens através da picada. Os ratos também morriam da doença e, quando isto acontecia, as pulgas passavam rapidamente para os humanos para obterem seu alimento, o sangue. Após o contágio a pessoa tinha poucos dias de vida. Os sintomas eram febre altíssima, mal-estar  geral, vómitos e bolhas de pus espalhavam-se pelo corpo do doente, principalmente nas axilas e virilhas. As pessoas atribuíam a peste como sendo um castigo divino, enviado aos homens para pagarem os seus pecados.


REFLEXÃO SOBRE O MÓDULO E AUTO-AVALIAÇÃO

Relativamente á matéria estudada neste módulo,penso que foi mais "puchada", era muita matéria para estudar. No que diz respeito ao blog, acho que tenho um blog organizado e completo. Tentei enriquecer os trabalhos com vídeos e curiosidades sobre o tema. A nível de PIAV acho que mereço um 14, porque tentei melhorar o comportamento e quanto á participação na sala de aula tive melhor, penso eu. No final desta reflexão penso que neste módulo devo ter um 13.

sábado, 26 de fevereiro de 2011

canto gregoriano

O canto gregoriano é a mais antiga manifestação musical do Ocidente e tem suas raízes nos cantos das antigas sinagogas, desde os tempos de Jesus Cristo. Os primeiros cristãos e discípulos de Cristo foram judeus convertidos que, perseverantes na oração, continuaram a cantar os salmos e cânticos do Antigo Testamento como estavam acostumados, embora com outro sentido. à medida que os não judeus gregos e romanos foram também se tornando cristãos, elementos da música e da cultura greco-franco-romana foram sendo acrescentados às canções judaicas.

O período de formação do canto gregoriano vai dos séculos I ao VI, atingindo o seu auge nos séculos VII e VIII, quando foram feitas as mais lindas composições e, finalmente, nos séculos IX, X e XI, princípio da Idade Média; começa, então, sua decadência. Seu nome é uma homenagem ao papa Gregório Magno (540-604) que fez uma coletânea de peças, publicando-as em dois livros: o Antifonário, conjunto de melodias referentes às Horas Canônicas, e o Gradual Romano, contendo os cantos da Santa Missa. Ele também iniciou a "Schola Cantorum" que deu grande desenvolvimento ao canto gregoriano.

As principais características do canto gregoriano, também conhecido como canto chão, são: as melodias são cantadas em uníssono (monódico), sem predominância de vozes, ou seja, rigorosamente homofônico; de ritmo livre, sem compasso, baseado apenas na acentuação e no fraseado; cantado "a capella", isto é, sem acompanhamento de instrumentos musicais e suas letras são em latim, tiradas, em sua grande maioria, dos textos bíblicos, sobretudo os salmos.




arquitetura moçarabe

A Arte Medieval - Arte Moçarabe
arte moçarabe foi a arte produzida pelos cristãos peninsulares que viviam em território muçulmano, submetidos ao califa e/ou que possuiam territórios muçulmanos. Desenvolveu-se entre os sécs. IX e XI, recebendo influências artísticas hispano-visigóticas, asturianas e califais (muçulmanas).

* ARQUITECTURA
- A arquitectura moçarabe é caracterizada principalmente pela construção de igrejas. Estas eram feitas em pedra, com aparelho de boa silharia, por vezes alvenaria e tijolo; possuiam plantas de cabeceira recta e absides contrapostas; utilização de arcos em ferradura, de inspiração califal, com molduração rectangular, em alfiz, e decoração com motivos vegetalistas e geométricos; uso de coberturas de abóbadas (canhão, de aresta e ou galonadas) ou planas e em madeira, cobertas com telhados de duas águas.





sábado, 19 de fevereiro de 2011

Escultura Românica
     A ornamentação escultórica, frequente nos pórticos das igrejas, era também costumeira nos capitéis das colunas. Correspondia, como a pintura, a uma intenção didática: narrava episódios religiosos com a finalidade de doutrinar os fiéis, em sua maioria iletrados, por meio de linguagem visual expressiva e clara.
     A escultura e a pintura românicas não se propunham à representação fiel da natureza. Tendiam, antes, a uma generalização dos traços e ao expressionismo, por enfatizarem os estados psicológicos e por darem tratamento exagerado a certos aspectos da fé, de modo a realçar as representações de interesse doutrinário, como as do mal, do pecado e do inferno.
     A figura humana era representada como arquétipo, e não com traços individualizados. Havia convenções para a conformação dos corpos, as roupagens e a escala das figuras, sendo maiores as que ocupavam posição superior na hierarquia (as imagens de Deus, da Virgem e dos principais santos). Essa mesma hierarquização prevaleceu na pintura.
     A escultura estava intimamente associada à arquitetura. Suas figuras, assim, ora se alongavam nas colunas, ora decoravam os capitéis e arquivoltas, ora ainda compunham, nos tímpanos, cenas repletas de personagens.
     Nos tímpanos, espaços semicirculares sobre as portas das igrejas, representavam-se as cenas de maior importância: o Todo-Poderoso -- o Pantocrator --, rodeado pelos símbolos dos evangelistas, ou o Juízo Final. Entre os exemplos mais significativos, destacam-se os de Moissac e Vézelay, na França, bem como os tímpanos de San Isidoro de León e da catedral de Santiago de Compostela, na Espanha.
     Além de assuntos oriundos do Antigo e do Novo Testamentos, proliferaram na escultura os temas do quotidiano e os extraídos de fábulas, nos quais se alcançou elevado grau de fantasia, notável nos capitéis de claustros como o de Santo Domingo de Silos, na Espanha.
     Com o tempo, a escultura românica tornou-se mais naturalista. Assim como o estilo depurado se mostrou menos rígido, menos propenso às convenções, a sujeição da escultura à arquitetura se mostrou menor, permitindo que as figuras ganhassem bastante autonomia em relação ao espaço.
     Ocorreram evidentes progressos na transcrição da anatomia humana, na técnica do modelado e na expressão de sentimentos, à medida que a escultura românica distanciou-se da influência bizantina para atingir, no século XII, seu apogeu.





sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

Renascimento Carolíngio

- A cultura e a arte da Europa sofreram modificações com a queda do Império Romano do Ocidente e a entrada e fixação dos povos bárbaros (Visigodos, Ostrogodos, Francos, Saxões, entre outros);
- De entre todos estes povos foram os Francos os mais importantes para a Civilização europeia e os mais conhecidos, principalmente a partir do séc. VIII, quando Carlos Magno, primeiro como rei e depois como imperador, conseguiu unificar o seu poder e formou o Sacro Império Romano-Germânico. Para isso promoveu uma reforma litúrgica e o desenvolvimento da cultura e das artes - o Renascimento Carolíngio, que se prolongou até ao final do séc. X;
- Inspirada na tradição romana e nas influências bizantinas, a arte carolíngia foi humana, realista, figurativa e monumental;
- As construções possuíam exteriores maciços, pesados e severos e interiores ricamente decorados com pinturas murais, mosaicos e baixos-relevos;
- Algumas igrejas apresentavam uma construção acoplada que abria em tribuna para o interior (local onde o imperador assistia aos ofícios) e, exteriormente, funcionava como um pórtico, ladeado por duas torres;
- De todas as construções feitas neste período destacam-se: os palácios de Ingelheim e de Nimègue, a capela palatina de Aix-la-Chapelle (actual Aachen) que hoje se enconta bastante modificada exteriormente, a Igreja de Germigny-des-Près e o Mosteiro de São Gall, na Suiça, cujo projecto total é conhecido pela descrição num pergaminho.




Os interiores ricamente decorados da Capela de Aix-la-Chapelle, Alemanha, séc. VIII
O pergaminho de São Gall - esta planta não corresponde totalmente à real construção



Renascimento Otoniano

- Em meados do séc. X, a Alemanha era governada por Otão I, que aproveitou a crise política que arrasava o Norte da Itália e de pequenos reinos vizinhos, para os conquistar. Assim nasceu o Império Germânico que, embora mais pequeno e frágil que o Sacro-Império de Carlos Magno, pretendia cumprir a mesma função;
- Tal como Carlos Magno, Otão procurou desenvolver a cultura e a arte - o Renascimento Otoniano, que se fez sentir entre 936 e 1024;
- Inspirou-se na tradição romana e na arte bizantina e carolíngia, mas criou um novo modelo, que será adoptado mais tarde pela arquitectura românica alemã: planta de dupla cabeceira e entradas laterais, com dois transeptos contrapostos, com tribuna e com torres nos cruzeiros e nos extremos dos transeptos;
- De todas as construções feitas neste período destacam-se principalmente: a Igreja de S. Miguel de Hildesheim, a de S. Ciríaco de Genrode e a Abadia de S. Jorge de Oberzell.


Igreja de S. Miguel de Hildesheim, Saxónia, c. 1010-1030

domingo, 30 de janeiro de 2011

MOSTEIRO DE RATES


MOSTEIRO DE SÃO PEDRO DE RATES




É à volta do mosteiro (documentado desde a última metade do século XI) que vai gravitar a vida das gentes de Rates. 
Restaurado pelo Conde D. Henrique e D. Teresa (não restam dúvidas sobre a existência de uma construção pré-românica, mais modesta) é um dos mais atraentes e " sui generis " exemplares de arte românica em Portugal. 
Nos princípios do século XVI, a vida do mosteiro tinha-se desorganizado, pelo que, em 1515, foi extinto e transformado em Comenda da Ordem de Cristo. Apesar disso, em 1517, o rei D. Manuel I dá um foral novo ao Couto da Vila e Mosteiro de Rates. É este o período mais bem conhecido da história da Vila de Rates e aquele em que ela mais prosperou. 
O primeiro titular da Comenda foi Tomé de Sousa, natural de Rates e primeiro governador-geral do Brasil, tendo-se-lhe seguido uma extensa lista de comendadores e comendadeiras, até à extinção do concelho de Rates (1836). 
Na primeira metade do século XVI, D. Manuel I, que por aqui passou em peregrinação a Santiago de Compostela, construiu a Igreja Matriz de Vila do Conde e, na sua frontaria, mandou gravar o brasão das terras mais importantes em redor; o brasão de Rates figura ao lado dos brasões de Vila do Conde e Póvoa de Varzim. 
Com a implantação do Liberalismo, fizeram-se grandes reformas administrativas e o número de concelhos, no reino, foi reduzido a pouco mais de um terço. O concelho de Rates foi extinto e a Vila integrada no concelho da Póvoa de Varzim. 
Do notável passado histórico de S. Pedro de Rates restam marcas assinaláveis: a Igreja Românica (século XI-XIII), monumento nacional e exemplar muito estudado do românico português; o Pelourinho, também monumento nacional, símbolo da antiga autonomia administrativa de Rates; a antiga Câmara (século XVIII), edifício de excepcional beleza arquitectónica; um conjunto de quatro capelas, construídas ao longo dos séculos XVII e XVIII, sendo de salientar, pela sua imponente arquitectura barroca, a do Senhor da Praça, sita no centro cívico da povoação e parte principal dum bem conservado centro histórico que se prolonga por toda a Rua Direita, onde tinham residência a fidalguia e a burguesia locais.

IMAGENS SOBRE O MOSTEIRO:

 Centro Histórico de Rates

Vista Aérea de Rates