sábado, 26 de fevereiro de 2011

canto gregoriano

O canto gregoriano é a mais antiga manifestação musical do Ocidente e tem suas raízes nos cantos das antigas sinagogas, desde os tempos de Jesus Cristo. Os primeiros cristãos e discípulos de Cristo foram judeus convertidos que, perseverantes na oração, continuaram a cantar os salmos e cânticos do Antigo Testamento como estavam acostumados, embora com outro sentido. à medida que os não judeus gregos e romanos foram também se tornando cristãos, elementos da música e da cultura greco-franco-romana foram sendo acrescentados às canções judaicas.

O período de formação do canto gregoriano vai dos séculos I ao VI, atingindo o seu auge nos séculos VII e VIII, quando foram feitas as mais lindas composições e, finalmente, nos séculos IX, X e XI, princípio da Idade Média; começa, então, sua decadência. Seu nome é uma homenagem ao papa Gregório Magno (540-604) que fez uma coletânea de peças, publicando-as em dois livros: o Antifonário, conjunto de melodias referentes às Horas Canônicas, e o Gradual Romano, contendo os cantos da Santa Missa. Ele também iniciou a "Schola Cantorum" que deu grande desenvolvimento ao canto gregoriano.

As principais características do canto gregoriano, também conhecido como canto chão, são: as melodias são cantadas em uníssono (monódico), sem predominância de vozes, ou seja, rigorosamente homofônico; de ritmo livre, sem compasso, baseado apenas na acentuação e no fraseado; cantado "a capella", isto é, sem acompanhamento de instrumentos musicais e suas letras são em latim, tiradas, em sua grande maioria, dos textos bíblicos, sobretudo os salmos.




arquitetura moçarabe

A Arte Medieval - Arte Moçarabe
arte moçarabe foi a arte produzida pelos cristãos peninsulares que viviam em território muçulmano, submetidos ao califa e/ou que possuiam territórios muçulmanos. Desenvolveu-se entre os sécs. IX e XI, recebendo influências artísticas hispano-visigóticas, asturianas e califais (muçulmanas).

* ARQUITECTURA
- A arquitectura moçarabe é caracterizada principalmente pela construção de igrejas. Estas eram feitas em pedra, com aparelho de boa silharia, por vezes alvenaria e tijolo; possuiam plantas de cabeceira recta e absides contrapostas; utilização de arcos em ferradura, de inspiração califal, com molduração rectangular, em alfiz, e decoração com motivos vegetalistas e geométricos; uso de coberturas de abóbadas (canhão, de aresta e ou galonadas) ou planas e em madeira, cobertas com telhados de duas águas.





sábado, 19 de fevereiro de 2011

Escultura Românica
     A ornamentação escultórica, frequente nos pórticos das igrejas, era também costumeira nos capitéis das colunas. Correspondia, como a pintura, a uma intenção didática: narrava episódios religiosos com a finalidade de doutrinar os fiéis, em sua maioria iletrados, por meio de linguagem visual expressiva e clara.
     A escultura e a pintura românicas não se propunham à representação fiel da natureza. Tendiam, antes, a uma generalização dos traços e ao expressionismo, por enfatizarem os estados psicológicos e por darem tratamento exagerado a certos aspectos da fé, de modo a realçar as representações de interesse doutrinário, como as do mal, do pecado e do inferno.
     A figura humana era representada como arquétipo, e não com traços individualizados. Havia convenções para a conformação dos corpos, as roupagens e a escala das figuras, sendo maiores as que ocupavam posição superior na hierarquia (as imagens de Deus, da Virgem e dos principais santos). Essa mesma hierarquização prevaleceu na pintura.
     A escultura estava intimamente associada à arquitetura. Suas figuras, assim, ora se alongavam nas colunas, ora decoravam os capitéis e arquivoltas, ora ainda compunham, nos tímpanos, cenas repletas de personagens.
     Nos tímpanos, espaços semicirculares sobre as portas das igrejas, representavam-se as cenas de maior importância: o Todo-Poderoso -- o Pantocrator --, rodeado pelos símbolos dos evangelistas, ou o Juízo Final. Entre os exemplos mais significativos, destacam-se os de Moissac e Vézelay, na França, bem como os tímpanos de San Isidoro de León e da catedral de Santiago de Compostela, na Espanha.
     Além de assuntos oriundos do Antigo e do Novo Testamentos, proliferaram na escultura os temas do quotidiano e os extraídos de fábulas, nos quais se alcançou elevado grau de fantasia, notável nos capitéis de claustros como o de Santo Domingo de Silos, na Espanha.
     Com o tempo, a escultura românica tornou-se mais naturalista. Assim como o estilo depurado se mostrou menos rígido, menos propenso às convenções, a sujeição da escultura à arquitetura se mostrou menor, permitindo que as figuras ganhassem bastante autonomia em relação ao espaço.
     Ocorreram evidentes progressos na transcrição da anatomia humana, na técnica do modelado e na expressão de sentimentos, à medida que a escultura românica distanciou-se da influência bizantina para atingir, no século XII, seu apogeu.





sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

Renascimento Carolíngio

- A cultura e a arte da Europa sofreram modificações com a queda do Império Romano do Ocidente e a entrada e fixação dos povos bárbaros (Visigodos, Ostrogodos, Francos, Saxões, entre outros);
- De entre todos estes povos foram os Francos os mais importantes para a Civilização europeia e os mais conhecidos, principalmente a partir do séc. VIII, quando Carlos Magno, primeiro como rei e depois como imperador, conseguiu unificar o seu poder e formou o Sacro Império Romano-Germânico. Para isso promoveu uma reforma litúrgica e o desenvolvimento da cultura e das artes - o Renascimento Carolíngio, que se prolongou até ao final do séc. X;
- Inspirada na tradição romana e nas influências bizantinas, a arte carolíngia foi humana, realista, figurativa e monumental;
- As construções possuíam exteriores maciços, pesados e severos e interiores ricamente decorados com pinturas murais, mosaicos e baixos-relevos;
- Algumas igrejas apresentavam uma construção acoplada que abria em tribuna para o interior (local onde o imperador assistia aos ofícios) e, exteriormente, funcionava como um pórtico, ladeado por duas torres;
- De todas as construções feitas neste período destacam-se: os palácios de Ingelheim e de Nimègue, a capela palatina de Aix-la-Chapelle (actual Aachen) que hoje se enconta bastante modificada exteriormente, a Igreja de Germigny-des-Près e o Mosteiro de São Gall, na Suiça, cujo projecto total é conhecido pela descrição num pergaminho.




Os interiores ricamente decorados da Capela de Aix-la-Chapelle, Alemanha, séc. VIII
O pergaminho de São Gall - esta planta não corresponde totalmente à real construção



Renascimento Otoniano

- Em meados do séc. X, a Alemanha era governada por Otão I, que aproveitou a crise política que arrasava o Norte da Itália e de pequenos reinos vizinhos, para os conquistar. Assim nasceu o Império Germânico que, embora mais pequeno e frágil que o Sacro-Império de Carlos Magno, pretendia cumprir a mesma função;
- Tal como Carlos Magno, Otão procurou desenvolver a cultura e a arte - o Renascimento Otoniano, que se fez sentir entre 936 e 1024;
- Inspirou-se na tradição romana e na arte bizantina e carolíngia, mas criou um novo modelo, que será adoptado mais tarde pela arquitectura românica alemã: planta de dupla cabeceira e entradas laterais, com dois transeptos contrapostos, com tribuna e com torres nos cruzeiros e nos extremos dos transeptos;
- De todas as construções feitas neste período destacam-se principalmente: a Igreja de S. Miguel de Hildesheim, a de S. Ciríaco de Genrode e a Abadia de S. Jorge de Oberzell.


Igreja de S. Miguel de Hildesheim, Saxónia, c. 1010-1030